Com o passar dos séculos, os estilos clássicos evoluíram, refletindo mudanças sociais, culturais e tecnológicas. A partir das décadas de 1950 e 1960, essas transformações consolidaram uma linguagem arquitetônica e decorativa própria da contemporaneidade. Uma das mais marcantes expressões dessa nova linguagem é o maximalismo.
Dimore Studio
O maximalismo é um estilo que resgata elementos do barroco italiano, reinterpretando-os com uma ousadia moderna. Surge como uma reação ao minimalismo e ao funcionalismo da arquitetura moderna. Sua força começa a ser sentida a partir das décadas de 1960 e 1970, com destaque para o arquiteto norte-americano Robert Venturi, autor do influente livro “Complexity and Contradiction in Architecture” (1966). Nesta obra, Venturi propõe uma valorização da complexidade, da contradição e da ornamentação como elementos legítimos da arquitetura.
Venturi rompe com a linguagem racionalista e propõe um retorno ao ornamento, à mistura de influências e à teatralidade dos espaços – heranças diretas do barroco. O maximalismo passa a ser usado como expressão de identidade cultural e regionalismo, influenciando o design de interiores em todo o mundo.
No Brasil, esse estilo ganha força a partir da década de 1990, encontrando terreno fértil em um país multicultural e criativo. A estética maximalista se traduz por cores vibrantes, padronagens contrastantes, mistura de materiais e composições ricas em detalhes. É um estilo que valoriza a abundância, a personalidade e o impacto visual.
Entre os destaques da estética maximalista está o Dimore Studio, fundado em 2003. A dupla italiana é reconhecida pelo domínio sofisticado da combinação de cores e materiais. Seu trabalho evoluiu para além da arquitetura de interiores, com uma galeria em Milão onde são vendidos móveis e objetos assinados por eles. O Dimore Studio é referência em sofisticação com ousadia.
Outro nome importante é Jonathan Adler, arquiteto e designer norte-americano conhecido pelo uso ousado de contraste entre preto e branco, dourado, texturas e superfícies brilhantes. Sua estética é fortemente influenciada pelo Hollywood Regency, um subestilo maximalista que remete ao glamour das mansões hollywoodianas da década de 1930. Nesse estilo, a opulência se manifesta por meio de móveis laqueados, superfícies polidas, metais brilhantes e muito veludo.
Jonathan Adler
A designer Kelly Wearstler também se destaca com uma linguagem eclética e ousada, influenciada pelo modernismo californiano e pela estética vintage. Seus ambientes combinam tons neutros com cores vibrantes, madeira, metais, e tecidos contrastantes, sempre com um toque de humor e sofisticação. Wearstler cria ambientes que são verdadeiras experiências sensoriais.
Kelly Wearstler
Mais do que apenas uma estética de excesso, o maximalismo contemporâneo é uma linguagem holística, que considera o ambiente em todas as suas escalas: do objeto decorativo à estrutura arquitetônica. A luz, a sombra, o brilho, a cor e a textura são pensados como elementos compositivos que, juntos, constroem um espaço de identidade forte e expressão emocional.
Ryan Garvin
Esse estilo também se conecta com o glamour hollywoodiano do início do século XX, através do Hollywood Regency — uma estética de luxo exuberante, voltada ao bem-estar e à teatralidade. Aqui, a combinação de superfícies brilhantes, cores vibrantes e formas ousadas cria um ambiente sofisticado, alegre e altamente estilizado.
Ao olhar para o maximalismo, entendemos como os estilos clássicos ainda influenciam a arquitetura contemporânea — não como repetição, mas como reinterpretação. O glamour barroco renasce com uma nova cara, vibrante, despojada e profundamente atual.
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