Quando falamos em “clássico” na arquitetura ou na decoração, é comum que o termo cause certa confusão. Afinal, estamos nos referindo a um período histórico específico? A um conjunto de princípios formais? Ou a um estilo decorativo atemporal?
Neste artigo, vamos esclarecer a diferença entre o Período Clássico da Arquitetura — com origem nas civilizações grega e romana — e o que conhecemos hoje como Estilo Clássico na Decoração, explorando como esses conceitos se influenciam até os dias atuais.
A chamada Arquitetura Clássica tem seu ponto de partida na Grécia Antiga, por volta do século X a.C., com o surgimento de uma linguagem arquitetônica baseada em harmonia, simetria, proporção e escala. Essas características não surgiram por acaso, mas sim como uma resposta lógica e funcional às necessidades de cada construção — em especial os templos dedicados aos deuses, que exigiam imponência, sofisticação e racionalidade formal.
O desenvolvimento dessa linguagem foi possível graças aos avanços técnicos da época. A proporção entre colunas, o diâmetro dos vãos e a inclinação dos telhados eram cuidadosamente pensados com base nas propriedades dos materiais disponíveis, como mármore e pedra calcária. Ou seja, o belo na arquitetura clássica era também o resultado de uma inteligência construtiva.
Templo de HefestoFoto: Tommi Nikkilä
Templo de Atena Nike
Com o declínio da civilização grega e a ascensão do Império Romano, esses princípios clássicos foram reinterpretados. A base conceitual permaneceu, mas o Império Romano adicionou sofisticação estética, novos materiais e tecnologias, como o uso extensivo do cimento — o que permitiu a construção de obras monumentais, como o Panteão de Roma, até hoje referência estrutural e estética.
Panteão de RomaFoto: Roberta Dragan
Interior do Panteão no século XVIII por Giovanni Paolo Pannini
Mais do que adornos, os romanos desenvolveram uma verdadeira ciência da construção. As relações proporcionais entre base e altura, planta e volumetria, deixaram de ser apenas empíricas e passaram a seguir princípios racionais. Essa lógica arquitetônica seria fundamental para os períodos posteriores.
Após a queda do Império Romano e o domínio do estilo gótico — com formas mais orgânicas, dramáticas e verticais — o pensamento clássico foi resgatado no século XVI por nomes como Andrea Palladio. O arquiteto italiano reinterpretou os elementos da antiguidade e formalizou regras de proporção, alinhamento e composição que seriam a base do que chamamos hoje de Estilo Palladiano.
Villa RotondaFoto: Marco Bagarella
Palazzo del CapitanioFoto: Didier Descouens
Palladio foi o responsável por transferir os princípios clássicos para a arquitetura civil, com construções como a Villa Rotonda, e também por documentar essas regras em tratados que serviriam de base para a arquitetura europeia por séculos.
Palácio de Versailles
Com o tempo, essa linguagem foi se adaptando. No século XVII, o estilo clássico ganha exuberância no Neoclassicismo Francês, representado em ícones como o Palácio de Versailles, com seus espelhos, dourados, simetrias e uma escala que expressava o poder do absolutismo monárquico.
Boreaux Luís XIVAndré-Chales Boulle
Diferente do período arquitetônico clássico, o Estilo Clássico na decoração é uma releitura estética que bebe de diversas fontes históricas: da Grécia Antiga ao Rococó francês. Ele não corresponde a um único momento, mas sim a um conjunto de inspirações que resgatam a elegância, proporção e sofisticação como elementos centrais.
Essa linguagem pode ser expressa de diferentes formas, desde o estilo mais “bruto” italiano, com colunas e revestimentos de mármore, até versões mais refinadas e delicadas, como o Rococó francês, com suas curvas, tons suaves, veludos e metais dourados.
Hoje, alguns nomes de peso no design de interiores mantêm viva a essência clássica com um olhar contemporâneo:
Jean-Louis Deniot
Joseph Dirand
Ambos conseguem, com escala reduzida e materiais modernos, traduzir a monumentalidade e o equilíbrio do clássico para o universo contemporâneo.
Mesmo em construções atuais, os princípios da arquitetura clássica continuam presentes, especialmente no que chamamos de Estilo Neoclássico. Projetos que prezam por proporção, alinhamento, simetria e hierarquia espacial seguem a lógica iniciada na Grécia Antiga.
Museu do Louvre
O clássico, portanto, não é apenas um estilo visual — é uma filosofia construtiva, uma maneira de pensar o espaço que valoriza a estética atrelada à função, o desenho guiado pela lógica e o uso criterioso dos materiais.
Villa Savoye
Compreender a diferença entre o período clássico da arquitetura e o que chamamos de estilo clássico na decoração é fundamental para quem atua com construção civil, arquitetura e interiores. Ao reconhecer essa evolução histórica, é possível propor projetos mais coerentes, contextualizados e com uma estética sólida e atemporal.
ZORKA Studio
Jimu Vision Design
Na arquitetura, o clássico é ciência. Na decoração, é poesia com raízes profundas. Em ambos, é um convite ao equilíbrio entre beleza e funcionalidade.
Edifício Positano Nativa Incorporações ImobiliáriasProjeto: Cassio Vinicius
Inspirado nos valores atemporais da arquitetura clássica — proporção, harmonia e sofisticação — o Edifício Positano traduz essa herança de forma contemporânea, com ambientes elegantes, acabamento primoroso e uma planta inteligente que respeita o contexto e valoriza cada detalhe do espaço.
Um projeto pensado para quem reconhece a beleza da tradição, mas vive o presente com elegância e autenticidade.
Conheça o Edifício Positano e veja como o clássico pode ser mais atual do que nunca.
Edifício Mônaco: Sofisticação e Inclusão com Vista para o Futuro
Minimalismo – A Busca Pela Essência nos Espaços Contemporâneos