Nós acreditamos que arborizar a cidade é cuidar das pessoas e do bioma que nos abriga. Por isso, nossas recomendações valem exclusivamente para áreas urbanas já consolidadas — calçadas, jardins e áreas comuns de condomínios — respeitando APPs, restingas, manguezais e unidades de conservação, onde qualquer intervenção depende de normas e autorizações específicas dos órgãos ambientais. Ao priorizarmos árvores nativas da Mata Atlântica, damos um passo firme para construir uma Guaratuba mais fresca, biodiversa e segura. 🌿
As nativas estão adaptadas ao nosso clima, solo e regime de ventos — inclusive a maresia. Isso se traduz em menor necessidade de irrigação e insumos, menos podas corretivas e maior resiliência diante de pragas e estiagens. No cotidiano, elas oferecem sombra qualificada, melhoram o conforto térmico e criam corredores de biodiversidade que conectam praças, canteiros e quintais. Na escala do bairro, essa rede verde valoriza o lugar onde moramos.
Nem toda espécie exótica é um problema; muitas permanecem ornamentais. O risco está naquelas que se tornam invasoras, escapam do cultivo e competem com a flora local, prejudicando serviços ecossistêmicos (polinização, controle biológico, estabilidade do solo). A boa notícia: com informação e planejamento, é possível escolher belas nativas que unem estética, sombra e baixa manutenção.
Objetivo: sombra, florada, atração de fauna, barreira de vento ou composição paisagística.
Espaço: largura da calçada, presença de fiação, dutos subterrâneos, esquinas e acessos.
Porte e raízes: combine espécie + local. Evite grandes copas sob fiação e raízes agressivas em calçadas estreitas.
Execução: cova adequada, substrato de qualidade, tutores, cobertura morta (mulch) e regas de estabelecimento nas primeiras semanas.
(uso em calçadas, jardins e áreas comuns já urbanizadas; não recomendamos plantio em restingas, manguezais ou outras áreas naturais protegidas)
Quaresmeira (Tibouchina granulosa) — 6–10 m; florada roxa marcante; ótima para vias residenciais ensolaradas.
Quaresmeira
Manacá-da-serra (Tibouchina mutabilis) — 4–8 m; flores do branco ao roxo; raízes pouco agressivas.
Manacá-da-serra
Grumixama (Eugenia brasiliensis) — 4–8 m; frutífera, atrai aves; copa densa e elegante.
Grumixama (Eugenia brasiliensis)
Pitanga (Eugenia uniflora) — 3–6 m; rústica, aromática; ideal para áreas comuns.
PitangueiraFoto por: Terra da Gente
Araçá (Psidium cattleianum) — 3–6 m; bom para calçadas largas; frutos apreciados pela fauna.
Araçá
Capororoca (Myrsine umbellata) — 4–7 m; resistente; ótima para renques e cercas vivas.
Copororoca
Ipê-amarelo (Handroanthus albus) e ipê-roxo (H. heptaphyllus) — 6–12 m; floradas marcantes; sombreamento moderado.
Ipê-amarelo
ipê-roxo
Oiti (Licania tomentosa) — 6–12 m; copa compacta e sombra agradável; clássico da arborização urbana.
Oiti (Licania tomentosa)
Jerivá (Syagrus romanzoffiana) — 8–12 m; palmeira nativa que tolera ventos e maresia.
Jerivá (Syagrus romanzoffiana)
Aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolia) — 6–10 m; atrai fauna; usar com orientação em locais com sensibilidade a alergênicos.
Aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolia)
Guapuruvu/Guarapuruvu (Schizolobium parahyba) — 15–25 m; crescimento rápido; excelente para sombreamento amplo.
Guapuruvu/Guarapuruvu (Schizolobium parahyba)
Ingá-feijão (Inga marginata) — 10–20 m; frutífera que atrai fauna; indicada para áreas de convivência.
Porte pequeno: 1,5–2 m de muros/portões; 3 m de esquinas.
Porte médio: 2,5–3 m de muros e redes subterrâneas; 4 m de postes.
Porte grande: ≥3,5 m de muros/estruturas; evitar sob fiação.
Sempre checar largura da calçada e tipo de raiz antes de definir a espécie.
Conformidade ambiental: nossas indicações são para áreas urbanas. Não recomendamos plantio (mesmo de nativas) em restingas, manguezais e APPs — esses ambientes exigem estudos, projetos e autorizações específicas.
Leucena (Leucaena leucocephala) — exótica; alta capacidade invasora.
Leucena (Leucaena leucocephala)
Lírio-do-brejo (Hedychium coronarium) — exótica; prolifera em áreas úmidas e invade cursos d’água.
Lírio-do-brejo (Hedychium coronarium)
Capim-colonião (Urochloa maxima) — exótico; forma maciços que sufocam nativas.
Capim-colonião (Urochloa maxima)
Casuarina (Casuarina equisetifolia) — exótica costeira; altera solo e compete com nativas.
Casuarina (Casuarina equisetifolia)
Pinus spp. — exótico; risco de invasão e queda de galhos; inadequado para via pública.
Pinus spp.
Jaqueira (Artocarpus heterophyllus) — exótica; dispersão por fauna favorece invasão de fragmentos.
Jaqueira (Artocarpus heterophyllus)
Palmeira-real-australiana (Archontophoenix cunninghamiana) — exótica; já registrada invadindo matas; prefira jerivá.
Palmeira-real-australiana (Archontophoenix cunninghamiana)
Flamboyant (Delonix regia) — exótico; raízes agressivas e copa muito larga para calçadas.
Flamboyant (Delonix regia)
Ficus-benjamina (Ficus benjamina) — exótico; raízes muito agressivas (calçadas e tubulações).
Ficus-benjamina (Ficus benjamina)
Nim-indiano (Azadirachta indica) — exótico; potencial alelopático e dispersão indesejada.
Nim-indiano (Azadirachta indica)
Nota técnica: mesmo entre nativas de grande porte (ex.: sibipiruna / Caesalpinia pluviosa), avaliar compatibilidade com largura de calçada, fiação e dutos. Porte certo, no lugar certo.
Antes de comprar: peça ficha técnica da muda (porte adulto, tipo de raiz, necessidades de luz/água).
No plantio: garanta cova adequada, substrato e tutoramento; use mulch para manter umidade e reduzir capina.
No cuidado: regas regulares nas primeiras semanas; inspeções semestrais para condução de copa e saúde da planta.
Na vizinhança: ajude a identificar espécies problemáticas e incentive a substituição gradual por nativas em áreas privadas.
Paisagismo de bioma: priorizamos nativas da Mata Atlântica adequadas à faixa litorânea (tolerância a ventos e maresia).
Conforto térmico e bem-estar: árvores posicionadas para reduzir ilhas de calor e qualificar áreas de convívio.
Manutenção inteligente: especificação técnica que minimiza podas e insumos ao longo do ciclo de vida.
Cultura de cuidado: materiais educativos que aproximam moradores das espécies e da fauna visitante — porque onde a vida é mais leve, o verde é parte da rotina. 🌱
Arborizar com nativas é uma escolha que honra nossa história e projeta o futuro de Guaratuba. Quando combinamos espécie certa + lugar certo + manejo responsável, ganhamos sombra, beleza, biodiversidade e economia — tudo em harmonia com o nosso território. Vamos plantar essa ideia juntos?
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