Todos os anos, a abertura da captura do caranguejo-uçá marca um momento especial para o Litoral do Paraná – e, em especial, para Guaratuba. Com o fim do período de defeso, o Instituto Água e Terra (IAT) autoriza a captura artesanal da espécie até 14 de março, seguindo regras rígidas que buscam equilibrar tradição, sustento e preservação. Instituto Água e Terra+1
Guaratuba ocupa um papel de destaque nesse cenário: é o 2º maior produtor de caranguejo-uçá do estado, respondendo por cerca de 18% da produção paranaense, atrás apenas de Guaraqueçaba. A atividade movimentou aproximadamente R$ 9,8 milhões no Paraná em 2024, reforçando a força econômica desse crustáceo para pescadores, comerciantes e toda a cadeia turística da região. Instituto Água e Terra+1
Como Nativa, que tem em Guaratuba o coração dos nossos refúgios na praia, olhamos para esse tema com um carinho especial: ele fala de natureza, cultura local, economia e futuro sustentável – tudo aquilo que acreditamos quando dizemos que aqui é onde a vida é mais leve.
A liberação da captura não significa “liberação geral”. Pelo contrário, o IAT reforça uma série de normas para garantir a continuidade da espécie e a saúde dos manguezais do litoral paranaense. Instituto Água e Terra+1
Período de captura: do fim do defeso até 14 de março.
Modalidade: apenas captura artesanal, feita com as mãos, diretamente nas tocas.
Seleção dos animais: só podem ser capturados machos com carapaça a partir de 7 cm – um centímetro a mais do que o mínimo definido pela legislação federal, como medida extra de proteção. Instituto Água e Terra+1
Para proteger a espécie e o manguezal, é proibido:
Capturar fêmeas, especialmente as ovadas.
Usar ferramentas cortantes, como enxadas, facões ou similares.
Utilizar produtos químicos, iscas tóxicas ou substâncias que prejudiquem o ambiente.
Empregar armadilhas como laços, redes e outros apetrechos que causem dano ao animal ou ao habitat. Instituto Água e Terra+1
Quem descumpre a legislação pode responder por crime ambiental, com multas que vão de R$ 1,2 mil a R$ 50 mil, acrescidas de R$ 20 por quilo de caranguejo apreendido, além de outras sanções previstas em lei. Instituto Água e Terra
Quando falamos em caranguejo-uçá (Ucides cordatus), não estamos tratando apenas de um item gastronômico apreciado por moradores e turistas. Ele é um verdadeiro símbolo do manguezal brasileiro e desempenha um papel essencial tanto no equilíbrio ecológico quanto na vida das comunidades. Infoteca Embrapa+1
A cadeia do caranguejo envolve catadores, marisqueiras, comerciantes, restaurantes e pousadas, movimentando a economia em plena alta temporada de verão. Instituto Água e Terra+1
Em 2024, a atividade gerou cerca de R$ 9,8 milhões no Paraná, com Guaratuba respondendo por aproximadamente 18,6% da produção estadual, o que reforça o peso da cidade nesse mercado. Instituto Água e Terra
Em outras palavras: enquanto nós construímos refúgios à beira-mar, muitas famílias guaratubanas constroem sua renda – e suas histórias – a partir do manguezal e do caranguejo.
Do ponto de vista ambiental, o caranguejo-uçá é considerado um “engenheiro do ecossistema”:
Ao cavar túneis e tocas, ele promove a mistura dos sedimentos (bioturbação), ajudando na reciclagem de nutrientes no solo do manguezal. Infoteca Embrapa
Estudos apontam que uma grande parte da matéria orgânica que ele consome retorna ao ambiente em forma de partículas, potencializando a ação de bactérias e outros organismos responsáveis pela decomposição. Infoteca Embrapa+1
Isso torna o manguezal mais produtivo, garantindo alimento e abrigo para peixes, camarões, moluscos e aves – muitos deles também importantes para a pesca artesanal e para o turismo ecológico. Repositório DSpace
Guaratuba é abraçada por uma das paisagens mais ricas do litoral paranaense: a Baía de Guaratuba e seus extensos manguezais, que se estendem por áreas como o Rio Cubatão, os rios Saí-Guaçu e Saí-Mirim, a região do Cabaraquara e trechos da Mata Atlântica costeira.
Foto: Pancrat / Wikimedia Commons – Licença CC BY-SA 3.0
Esses ambientes:
Funcionam como berçário natural para inúmeras espécies marinhas.
Protegem a costa contra erosão e eventos extremos, graças às raízes dos mangues.
Capturam grandes quantidades de CO₂, contribuindo diretamente para o combate às mudanças climáticas.
Para nós, que construímos na mesma cidade onde esses manguezais respiram, a responsabilidade é ainda maior. Cada empreendimento Nativa precisa dialogar com esse entorno, respeitando o equilíbrio ambiental e valorizando o que Guaratuba tem de mais precioso: sua natureza.
Durante a temporada de captura, é comum vermos:
Restaurantes criando festivais e pratos especiais com caranguejo.
Passeios de barco e experiências de turismo de natureza que apresentam o manguezal e a cultura local.
Famílias e grupos de amigos que fazem do almoço com caranguejo um ritual de verão.
Quando essa cadeia é bem conduzida – respeitando o defeso, as regras de tamanho e sexo dos animais e as normas de higiene e segurança alimentar – ela se transforma em um ciclo virtuoso: gera renda, fortalece o turismo e, ao mesmo tempo, estimula a preservação do ambiente que torna tudo isso possível. Repositório DSpace
Foto: Acervo ICMBio / Gov.br – Licença CC BY-ND 3.0
Mesmo quem não participa diretamente da captura pode apoiar essa tradição de forma responsável. Algumas atitudes práticas:
Sempre que possível, dar preferência a:
Estabelecimentos que compram de catadores cadastrados e seguem a legislação.
Locais que respeitam o período de defeso e não comercializam caranguejo quando a pesca está proibida. Governo do Estado do Paraná+1
Evitar jogar lixo em rios, canais e áreas de mangue.
Não entrar de carro ou moto em áreas sensíveis.
Apoiar iniciativas de turismo ecológico e de educação ambiental na região.
Os chamados “caranguejeiros” carregam um saber construído ao longo de gerações: conhecem a “andada” do caranguejo, os ciclos da lua, as marés e os cuidados necessários para que a espécie continue existindo. Respeitar e ouvir essas comunidades é essencial para qualquer estratégia de manejo sustentável. Repositório DSpace
Na Nativa, nós acreditamos que desenvolvimento e preservação caminham juntos. Nosso compromisso é construir empreendimentos que:
Valorizem o entorno natural, incluindo manguezais, baía e Mata Atlântica.
Respeitem as normas ambientais e incentivem uma cultura de consciência ecológica.
Conversem com o modo de vida local, respeitando tradições como a captura artesanal do caranguejo-uçá, que faz parte da identidade de Guaratuba.
Quando escolhemos viver ou investir aqui, estamos nos conectando não apenas com o mar e a brisa leve, mas com toda uma rede de vida que sustenta a cidade. E é essa visão de futuro – sustentável, acolhedora e integrada à natureza – que queremos seguir cultivando em cada projeto da Nativa.
A temporada de captura do caranguejo-uçá é, ao mesmo tempo, motivo de festa e de cuidado. Ela movimenta a economia, fortalece o turismo e valoriza os saberes tradicionais de Guaratuba. Mas só faz sentido se vier acompanhada de respeito às regras e ao ecossistema que torna tudo isso possível.
Como Nativa, seguimos comprometidos em construir refúgios na praia que honrem essa relação profunda entre cidade, mar e manguezal – para que, ano após ano, possamos celebrar a vida mais leve que Guaratuba oferece, com equilíbrio e responsabilidade. 🏖️
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