Nem todos os caminhos do design contemporâneo seguiram a exuberância visual do maximalismo. Em contrapartida, o minimalismo se firmou como uma estética que valoriza a simplicidade, a funcionalidade e o bem-estar por meio da redução e da essência. Herdeiro direto do movimento moderno do início do século XX, o minimalismo busca depurar os espaços, destacando materiais naturais, luz e proporção.
Obioha Amarachi
Diferente do maximalismo, o minimalismo não se define pela ausência, mas pela escolha intencional do que permanece no espaço. A estética minimalista é uma composição silenciosa, onde cada material, móvel ou objeto carrega um propósito. O resultado é uma atmosfera serena, funcional e profundamente emocional.
Três correntes principais se destacam nessa estética:
A cultura japonesa exerce profunda influência sobre o minimalismo contemporâneo. O conceito de “Ma”, que valoriza o vazio como elemento ativo da composição, é essencial.
Moriyama House
O “Ma” nos ensina que o vazio é parte fundamental do espaço – assim como na música, onde o silêncio entre as notas cria ritmo e significado. O minimalismo japonês exige um olhar apurado e sensível, capaz de enxergar beleza na simplicidade.
Nas culturas dinamarquesa e norueguesa, o termo “Hygge” define uma filosofia de vida voltada ao conforto e bem-estar. Essa abordagem se traduz em espaços acolhedores, com poucos elementos, mas todos cuidadosamente escolhidos.
O escandinavo é um minimalismo acolhedor, que combina simplicidade com sensação de refúgio e pertencimento.
O minimalismo também pode dialogar com o repertório clássico. Nesse estilo, elementos arquitetônicos ornamentados se contrapõem a mobiliários contidos e paletas neutras, criando um equilíbrio entre o passado e o presente.
Ilse Crawford
Um nome de destaque nessa vertente é a Ilse Crawford, designer britânica que fundou a “Elle Decor UK”. Seu trabalho busca o bem-estar e o caráter humano dos espaços, reinterpretando o clássico com uma paleta suave e móveis contemporâneos, trazendo cor e personalidade sem excessos.
O discurso minimalista também se consolida na Europa e no Brasil com nomes influentes como:
Vicent Van Duysen
Vincent Van Duysen
No Brasil, o minimalismo ganha força em resposta às demandas urbanas: apartamentos pequenos, necessidade de funcionalidade e busca por uma linguagem contemporânea. Aqui, predomina a influência japonesa e escandinava, com uso de branco, cinza, madeira e integração espacial.
Atelier BrancoFoto: Ricardo Bassetti
Atelier Branco
Felipe Hess
Embora minimalismo e maximalismo pareçam opostos, ambos compartilham um mesmo princípio: a atenção ao todo, do objeto à composição espacial. A diferença está no referencial histórico e cultural. Enquanto o maximalismo dialoga com o barroco, rococó e tradição greco-romana, o minimalismo busca sua essência no Japão, na Escandinávia e na era moderna.
Ambos os estilos revelam que o design contemporâneo é, antes de tudo, um projeto de expressão cultural e sensorial – onde cada escolha tem propósito e cada espaço conta uma história.
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