Guaratuba, no litoral do Paraná, é muito mais do que praias encantadoras. A cidade abriga uma das maiores áreas contínuas de Mata Atlântica do Brasil, desempenhando um papel essencial na preservação da biodiversidade e na oferta de experiências únicas de contato com a natureza. São cerca de 200 mil hectares de áreas protegidas, englobando parques estaduais, federais e municipais.
Entre os principais destaques estão o Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange, o Parque Nacional da Guaricana, o Parque Estadual do Boguaçú e a APA de Guaratuba, que protegem ecossistemas como florestas densas, restingas, manguezais, campos de altitude e a famosa Lagoa do Parado.
Parque Nacional Saint-Hilaire/LangeFoto: Quintal de Casa Ecoturismo
Parque Estadual do Boguaçu, em GuaratubaFoto por Edgar Fernandez
A Mata Atlântica de Guaratuba é um santuário para centenas de espécies animais. Mais de 320 espécies de aves habitam a região, incluindo o ameaçado bicudinho-do-brejo, símbolo da conservação local. Além dele, destacam-se:
Bugio-ruivo, que pode ser ouvido nas manhãs nas matas costeiras;
Lontra, paca, capivara, jaguatirica e veado-mateiro;
Diversas espécies de morcegos e marsupiais;
Répteis como falsa-coral e anfíbios raríssimos, como o sapinho-pulga (Brachycephalus izecksohni), que mede menos de 1 cm e só é encontrado na Serra da Prata.
Também são comuns tartarugas-verdes nas áreas de manguezal e registros ocasionais de onça-parda e tamanduá-mirim.
Bugio-ruivo
Lontra
A flora da região é extremamente rica e abriga espécies endêmicas e ameaçadas, como:
Palmito-juçara (Euterpe edulis), vital para a cadeia alimentar da floresta;
Xaxim (Dicksonia sellowiana), hoje ameaçado de extinção;
Bromélias e orquídeas de beleza exuberante;
Espécies arbóreas como imbuia, canela-sassafrás e caxeta, esta última predominante nos brejos da Lagoa do Parado.
Palmito-juçara
XaximFoto: Walter Henrique Pedron Moschen
Considerada uma das áreas de maior biodiversidade do litoral paranaense, a Lagoa do Parado abriga uma impressionante variedade de peixes, aves aquáticas e plantas nativas. É um verdadeiro berçário natural, essencial para a manutenção dos ecossistemas da baía.
Lagoa do Parado por Edgar Fernandez
Lagoa do Parado Foto: Edgar Fernandez
Em 2017, parte da APA de Guaratuba foi reconhecida como Sítio Ramsar, um título concedido pela ONU a zonas úmidas de importância mundial. Essa distinção reforça o valor ambiental da região, especialmente pela presença de espécies migratórias e ameaçadas, como o bicudinho-do-brejo e o maçarico-acanelado.
Área de Proteção Ambiental de Guaratuba e demais unidades de conservação de proteção integral. Edição GEO, 2017 – IAP, 2017
A região oferece diversas opções de ecoturismo estruturado:
Trilhas na Serra da Prata, com mirantes, cachoeiras e vegetação nativa;
Passeios de barco pela Lagoa do Parado e manguezais da Baía de Guaratuba;
Observação de aves como o guará-vermelho, que costuma ser visto ao entardecer em bandos colorindo o céu;
Visitação a projetos de educação ambiental, onde o visitante aprende sobre a fauna local e práticas sustentáveis de manejo.
Essas atividades, além de encantarem os visitantes, contribuem para a valorização das comunidades tradicionais e incentivam a conservação dos recursos naturais.
Bird WatchingFoto: Edgar Fernandez
GuarásFoto: Edgar Fernandez
Guaratuba vem se destacando por suas ações de conservação ambiental, como:
Monitoramento da fauna em obras como a nova ponte sobre a Baía;
Criação do Refúgio de Vida Silvestre Ilhas dos Guarás;
Planos de manejo atualizados das unidades de conservação;
Projetos de reflorestamento e apoio a RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural);
Parcerias com instituições como Mater Natura, FUNBIO e ICMBio, que fortalecem a ciência cidadã e a proteção ambiental.
Foto: Denis Ferreira Netto/SEDEST-PR
A Mata Atlântica é um dos biomas mais ameaçados do Brasil – restam apenas cerca de 12% de sua cobertura original. Em Guaratuba, porém, temos um dos últimos grandes refúgios desse ecossistema costeiro, que resiste graças à união entre natureza, ciência, poder público e população.
Preservar essa riqueza é proteger a água que bebemos, o ar que respiramos, o clima que vivemos – e garantir que as próximas gerações possam se encantar com tudo isso.
Gostou de conhecer mais sobre a riqueza da nossa Mata Atlântica?Continue explorando o tema no nosso blog e descubra trilhas, projetos e histórias inspiradoras de quem vive e protege esse paraíso verde.
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